A comunicação é um processo natural, uma arte, uma tecnologia, um sistema e uma ciência social. Ela pode ser um instrumento de legitimação de estruturas sociais e de governos, como também a força que os contesta e os transforma. Ela pode ser veículo de auto-expressão e de relacionamento entre as pessoas, mas também pode ser útil recurso de opressão psicológica e moral. A comunicação excita, ensina, vende, distrai, entusiasma, dá status, constrói mitos, destrói reputações, orienta, desorienta, faz rir, faz chorar, inspira versatilidade - produz até incomunicação. Estamos num momento histórico, diz o autor, em que a sociedade civil reafirma seu direito de ser o arquiteto de seu próprio destino. O Estado reage e apela à capacidade doutrinadora da comunicação. Ora, não é por falta de mestres que a sociedade de hoje não sabe comunicar-se. O povo das cidades e dos campos foi sempre um grande comunicador. Já se vislumbra a possibilidade de viver numa sociedade mais participativa e democrática. A população está se organizando e aprendendo a usar sua voz. Seja este livro uma homenagem aos que procuram mais comunicação entre os homens, porque comunicação significa comunhão.