Contos da noite fechada /

Por: Tipo de material: TextoTextoIdioma: Português Detalhes da publicação: Ilhéus, BA: Edtitus Editora, 2004. Descrição: 144 pAssunto(s): Resumo: Meu irmão Ismael estava caído junto à porta da sacada. Piscou à luz crua da lâmpada próxima, que acendi. Suava. O peito do pijama tinha sangue empastado. Meus olhos pararam nos cabos das facas. - Ismael - eu gemi. Ismael, nos últimos tempos, tinha um jeito esquivo de olhar para a gente, como se envergonhado. Às vezes, vinha passar dias comigo. - Ismael, o que foi isto? - Aconteceu, mana. - Aconteceu o quê, meu irmão? As facas - ele disse com simplicidade. - Estou vendo. O agressor, Ismael, o miserável. Onde está? Chamou a polícia? Os cabos de madeira das facas baixavam e subiam com a respiração. Duas facas amoladas na barriga, as minhas facas. Ismael parecia um velho samurai. Só faltava o Buda, a pira queimando incenso. Dizer o quê, em semelhante transe? Dizem que palavras confortam. Talvez aliviem a mágoa atual, mas não redimem o pesar de uma vida. O olhar de Ismael passa por mim, evita o meu rosto. Sinto nesse desvio do olhar um pedido de desculpas.
Tags desta biblioteca: Sem tags desta biblioteca para este título. Faça o login para adicionar tags.
Classificação por estrelas
    Avaliação média: 0.0 (0 votos)
Exemplares
Tipo de material Biblioteca atual Coleção Número de chamada Número do exemplar Situação Devolução em Código de barras
Livros Livros Biblioteca Nacional de Agricultura - Binagri Acervo Cultural S86 BS0003438 (Percorrer estante(Abre abaixo)) 01 Disponível S86 BS0003438
Percorrer Biblioteca Nacional de Agricultura - Binagri estante, Collection: Acervo Cultural Fechar navegador de prateleira (Oculta o navegador da estante)
S86 BS0003434 Sob o signo da poesia / S86 BS0003435 Brasília é uma festa / S86 BS0003436 O veleiro de cristal / S86 BS0003438 Contos da noite fechada / S86 BS0003439 A volúpia e as algemas / S86 BS0003440 Baú de ossos / S86 BS0003442 Inconfidências /

Meu irmão Ismael estava caído junto à porta da sacada. Piscou à luz crua da lâmpada próxima, que acendi. Suava. O peito do pijama tinha sangue empastado. Meus olhos pararam nos cabos das facas. - Ismael - eu gemi. Ismael, nos últimos tempos, tinha um jeito esquivo de olhar para a gente, como se envergonhado. Às vezes, vinha passar dias comigo. - Ismael, o que foi isto? - Aconteceu, mana. - Aconteceu o quê, meu irmão? As facas - ele disse com simplicidade. - Estou vendo. O agressor, Ismael, o miserável. Onde está? Chamou a polícia? Os cabos de madeira das facas baixavam e subiam com a respiração. Duas facas amoladas na barriga, as minhas facas. Ismael parecia um velho samurai. Só faltava o Buda, a pira queimando incenso. Dizer o quê, em semelhante transe? Dizem que palavras confortam. Talvez aliviem a mágoa atual, mas não redimem o pesar de uma vida. O olhar de Ismael passa por mim, evita o meu rosto. Sinto nesse desvio do olhar um pedido de desculpas.