Homem de branco em noite escura /
- Rio de Janeiro, RJ: 7 Letras, 2000.
- 225 p.
Os colegas continuavam consultando. Onze da manhã. A máquina de datilografar não parava de soar, fazendo novas fichas, na sua sinfonia enjoativa de todo dia, domingo a domingo, o ano inteiro. Quarenta crianças ainda aguardando a vez. Quarenta nomes, quarenta fichas, quarenta minutos... A medicina ali era aquilo, uma luta contínua e nervosa contra o tempo, onde a objetividade e a síntese eram moedas de trabalho de alto valor, e onde não havia espaço para sofisticações de diagnóstico e exames requintados. Ali se praticava o feijão-com-arroz. Se bem-feito, já seria muito, livraria o país de muitos males.